quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Outras Obras



Outras duas obras famosas de Hélio:




O grande núcleo (1960)




Metaesquema II (1958)

Um pouco mais...

...sobre Hélio.

Nascido e falecido no Rio de Janeiro. Estudou com Ivan Serpa após 1954, e entre esse ano e 1956 integrou o Grupo Frente, aderindo posteriormente ao Movimento Neoconcreto e tomando parte nas mostras realizadas entre 1959 e 1961 no Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo.
Integrou também a representação do Brasil na exposição internacional de arte concreta realizada em 1960 em Zurique, na Suíça, e esteve presente nas coletivas de vanguarda Opinião 65 e Opinião 66, Nova Objetividade Brasileira e Vanguarda Brasileira, realizadas entre 1965 e 1967 no Rio de Janeiro e em Belo Horizonte, expondo ainda na Bienal de São Paulo (1957, 1959 e 1965) e na da Bahia (1966).
Até 1959 Oiticica ainda se conservou fiel aos veículos e suportes tradicionais da pintura. Reduziam-se seus quadros de então a efeitos cromáticos e de textura obtidos unicamente com a aplicação de branco, e revelavam um ascetismo que o desenvolvimento posterior de seu trabalho iria desmistificar. Nesses primeiros quadros via-se já muito nítida a tendência do artista a superar o plano bidimensional, pela utilização da cor com evidentes intenções espaciais.
Abandonando o quadro e adotado o relevo, bem cedo incursionaria Hélio por novos domínios, criando seus núcleos e penetráveis, para chegar em seguida à arte ambiental, em que melhor daria vazas a seu temperamento lúdico e hedonista. Em setembro de 1971, de Nova York onde se fixara, o próprio Hélio Oiticica, em texto difundido na imprensa carioca, assim se expressava:
«Se há gente interessada em minha obra anterior, melhor, mas não vou expô-la ou ficar repetindo ad infinitum as mesmas coisas; não estou aqui para fazer retrospectivas, como um artista acabado; estou no início de algo maior; quem não entender que se dane; procurem-se informar melhor e respeitar idéias e trabalho feito
Hélio Oiticica, que em 1970 tomou parte em Nova Iorque na mostra Information, organizada pelo MOMA, recebendo nesse mesmo ano bolsa de estudo da Fundação Guggenheim, viveu nos Estados Unidos até 1978, quando regressou ao Brasil e de novo se fixou no Rio de Janeiro, iniciando então a última fase de sua breve carreira.
Em 1981, um ano apenas após sua morte, seus irmãos Cesar e Cláudio criaram o Projeto Hélio Oiticica, destinado a preservar material e conceitualmente a obra do artista de quem a Galeria São Paulo, em 1986, levou a cabo importante exposição intitulada O q faço é Música, cujo título retoma um texto de sua autoria:
«Descobri que o que faço é MÚSICA e que MÚSICA não é "uma das artes" mas a síntese da conseqüência da descoberta do corpo.»
Nos últimos anos, em nível inclusive internacional, a importância de Hélio Oiticica como artista seminal dos novos desdobramentos da arte ocidental de fins do século e do milênio tem sido posta em destaque através de exposições itinerantes realizadas entre 1992 e 1994 em Paris, Roterdã, Barcelona, Lisboa e Mineápolis, sala especial na Bienal de São Paulo em 1994 e participação nas Bienais de 1996 e 1998 etc.
Por fim, ressalte-se a criação no Rio de Janeiro, em 1996, do Centro de Artes Hélio Oiticica.





Texto adaptado de 500 Anos da Pintura Brasileira.

A música







Caetano Veloso fez uma música com o nome da obra Tropicália, de Hélio Oiticica. Veja abaixo o video. http://www.youtube.com/watch?v=o-pEoZtn1t8&feature=related

Tropicália




A instalação Tropicália (um jardim com pássaros vivos entre plantas, lado a lado com poemas-objetos), criada após Parangolé, consolidou uma estética e inspirou o nome do movimento tropicalista da música brasileira, entre as décadas de 60 e 70. O tal movimento manifestou-se principalmente na música, tendo como maiores representantes: Caetano Veloso, Torquato Neto, Gilberto Gil, Os Mutantes e Tom Zé. Também manifestou-se nas artes plásticas, cinema e teatro.

Parangolé


Chamado de "antiarte por exelencia", a obra Parangolé de Hélio Oiticica foi criada na década de 60. Considerado uma escultura movel, pois só pode ser percebido suas cores, formas, materias, grafismos e textura se o leitor da obra movimentar-se. Contra o clichê que, tomando o homem tropical como um escravo da natureza circunstante, dos vícios ou das paixões que sofre, o reduz à passividade, pode dizer-se, com Hélio Oiticica, que "uma vontade construtiva geral" constitui a primeira característica da arte brasileira de vanguarda.


Hélio diz, com razão, serem construtivos "os artistas que fundam novas relações estruturais, na pintura (cor) e na escultura, e abrem novos sentidos de espaço e tempo".